O ESPELHO E A TARDE
2011
Video-instalação de três canais e audio
Dimensões Variáveis / Duração 08’42”
Série de fotografias
Jato de tinta sobre Papel Canson Rag 302g
2 (150 x 100 cm)
2 (100 x 66 cm)
2 (66 x 45 cm)
O vídeo “O Espelho e a Tarde” faz parte de uma série de trabalhos reunidos sob o título “Pequenas Histórias de Modéstia e Dúvida” - uma coleção de notas e imagens coletadas de vídeo, fotografia, desenho e música. A obra busca apontar a dúvida e a modéstia como virtudes supremas da subjetividade e, ao mesmo tempo, registrar as intensas transformações sociais produzidas pelas mudanças econômicas na vida urbana contemporânea.
Tecnicamente, “O Espelho e a Tarde” é uma videoinstalação composta por três projeções de vídeo sincronizadas em três planos diferentes (três telas), com dimensões variáveis, dispostas de forma diferente da forma tradicional do altar tríptico de projeções de vídeo. Para otimizar a visualização de suas investigações mais recentes sobre a sincronicidade e multiplicidade das coisas, Dias & Riedweg buscaram desenvolver um dispositivo de apresentação próprio em que imagens filmadas ao mesmo tempo e a partir do mesmo local, mas em diferentes ângulos e velocidades, podem se materializar a existência de uma realidade mais complexa, em planos sobrepostos ao invés de planos justapostos.
Em “O Espelho e a Tarde”, um ex-morador do recém-transformado Complexo do Alemão, uma das maiores e mais complexas favelas da América Latina, carrega um espelho pelos becos, guetos e praças revelando velhos problemas e novo planejamento urbano. As imagens refletidas no espelho complementam em detalhes essa nova paisagem inusitada da tarde até o cair da noite. Uma composição de piano criada por Walter Riedweg para esta peça foi sobreposta aos pequenos sons gravados nas locações filmadas.
Fotos de instalações: Museu de Arte de Lucerna, Suíça, 2014; Lille 3000 Art Festival, França, 2015; Galeria Vermelho, São Paulo, 2014; Sicardi Gallery, Houston, 2013; 1ª Bienal de Montevideo, Uruguay, 2012; Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, Brasil, 2012
Acredito que a noção de uma arte de vanguarda ainda é válida: um espaço experimental de sensibilização onde “futuros impossíveis de outra forma podem começar a se moldar”, como disse Susan Hiller. a forma extensiva e poderosa do uso da câmera em Dias e Riedweg torna inevitável ver seu trabalho como um desafio para a mídia, para a imagem medíatica da sociedade.
GUY BRETT, “A CONVERSA INACABADA”, CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO DIAS & RIEDWEG NO LE PLATEAU, PARIS, 2005