ARQUIVO romance
2017
Video instalação (monocanal c/ audio) e luz vemelha
Durações 33’55” / Dimensões variáveis
Numa série de trabalhos realizados em 2017 e 2018, Dias & Riedweg revisitam a obra do fotógrafo, artista e ativista norte-americano Charles Hovland (1954). Entre 1980 e 2000, Hovland publicou todas as semanas um anúncio no jornal The Village Voice, de Nova York, anunciando seus serviços como fotógrafo para documentar as fantasias sexuais das pessoas. Como resultado, ele silenciosamente montou uma coleção de 3.000 rolos de filme preto e branco de 35 mm de anônimos que contrataram seus serviços e paralelamente cerca de 450.000 slides coloridos, que revelaram mais de 1.500 modelos para revistas de nus masculinos durante duas décadas.
Dessa imersão no trabalho de Hovland, Dias & Riedweg realizaram um vídeo single channel “Esperando um Modelo”que retrata o fotógrafo em seu estúdio, bem como duas vídeo-instalações “Arquivo Fantasia” e “Arquivo Romance” e uma série de fotografias chamadas “Caleidoscópicas”. O conjunto desses trabalhos intitulado “Camera Contato”investiga questões relacionadas com a popularização da imagem digital em detrimento da fotografia analógica e assim materializa a profunda mudança na representação da sexualidade e das questões de gênero que ocorre nessa época.
Em “Arquivo Romance”, Dias & Riedweg acoplaram um caleidoscópio à lente de sua câmera para filmar os layouts originais de Hovland para as revistas pornográficas, fragmentando assim a imagem final em reflexos descontrolados e geometrias inesperadas. A iluminação vermelha atrás da tela de projeção reconstrói na instalação a atmosfera de um laboratório de fotografia analógica e o áudio, também construído a partir de fragmentos “caleidoscópicos” de canções de sucesso desse período, permite uma associação do universo privado do fotógrafo nova-iorquino com as memórias do espectador.
Instalações: Galeria Vermelho (foto© Eduardo Fraipont), São Paulo, 2018; Biennale Images, Vevey, Suíça, 2018; Centre de la Photographie Genève, 2019; ARCO Madrid, Stand Bendana-Pinel Art Contemporain, 2019
Charles estava mais interessado em relações duradouras e Chuck se interessava por sexo anônimo. Charles queria relações longas. Logo cedo, Charles teve que separar seu trabalho remunerado fotografando nús masculinos do seu trabalho de arte. charles decidiu que tinha que criar uma pessoa-fantasia e imaginou Chuck como alguém muito mais masculino e parrudo.
charles hovland / Nova York 2017