TUTTI VENEZIANI

1999

Projeto de arte pública e video-instalação multi-canal

Comissionado por Harald Szeemann para a 48ª Bienal de Veneza

Duração: 68’14” / 07’17” | Dimensões variáveis

Trinta e seis venezianos de diferentes bairros, profissões e classes sociais foram filmados no momento do dia em que trocam de roupa dentro de casa ou em seus locais de trabalho. Os artistas capturam a passagem do privado para o público em toda a sua intimidade e fragilidade, como um tipo de ritual automatizado da vida moderna em que os mundos interno e o externo se encontram. Gravações em áudio superpostas aos vídeos narram como esses personagens reais imaginam sua própria morte como se esta já tivesse ocorrido. Assim, eles se vestem pela manhã para ir ao trabalho ou a um compromisso à tarde, para então contar como “morreram’’. 

 

Todo gesto em Veneza possui uma qualidade teatral. A cidade é como um palco. Suas imagens têm sido impressas e midiatizadas com tanta frequência que, quando as vemos, não conseguimos deixar de compará–las às reproduções que habitam nosso imaginário. Veneza encena Veneza diariamente. Quem está na cidade atua imanente nesse drama. Através dos séculos, o mito da cidade submersa cria a cena perfeita para o drama de nossa civilização. Ar e água se encontram acima de um solo incerto. 

Instalações: 48th Biennale di Venezia, 1998; Kunsthalle Palazzo, Liestal, Switzerland, 1999; Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 2000; MACBA, Museo de Arte Contemporani, Barcelona, 2003; KIASMA, Museum of Contemporary Art, Helsinki, 2004; SESC Vila Mariana, São Paulo, Brazil, 2010; Haus für Kunst Uri, Altdorf, Switzerland, 2015

Vestir-se de manhã para o trabalho OU À NOITE para PASSEAR e DEPOIS contar como “morreU” ... assim foi com o gondoleiro, o padre, o ALMIRANTE, o CAMELÔ do Senegal, o reitor da universidade, o porteiro do hotel, a faxineira da Bienal, TAMBÉM o prefeito de Veneza, A cega Nona Gina DE 97 ANOS E SUA OFTALMOLOGISTA…Todos Venezianos, TODOS ATUANDO NO DRAMA COTIDIANO E INVENTANDO A PRÓPRIA MORTE.

Harald Szeemann, BIENNALE DI VENEZIA, 1998

 O processo

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